COWBOY JUNKIES | Ghosts


Foto da banda Cowboy Junkies

“Cowboy Junkies lida com tempos pesarosos e difíceis em Ghosts, mantendo a fé na música e no equilíbrio com a experiência da carreira”

Ghosts, o novo trabalho dos canadenses do Cowboy Junkies, é outro disco lançado em 2020 que chega em meio a um clima de pesar e melancolia. Pouco antes da produção do disco, por volta de 2018, os irmãos Timmins perderam a mãe. A banda tinha também a ideia de (re)lançar uma versão remasterizada de All That Reckoning (2018), o trabalho anterior, no início desse ano. O disco traria como bônus Ghosts, então planejado para ser um segundo disco curto com oito músicas adicionais. Esse presente para os fãs acabou não acontecendo por conta da pandemia de Covid-19, fazendo com que Ghosts saísse isolado e somente em formato digital.

Depois de situar o contexto no qual o disco foi lançado, vamos falar sobre a banda?

O Cowboy Junkies surgiu em meados dos 80’s e se consagrou por arquitetar uma fusão inteligente de Rock, Alternative Country e Blues dentro de um panorama indie. Conseguiram emplacar álbuns que até hoje são referências musicais a exemplo de The Trinity Session (1988) e Pale Sun, Crescent Moon (1993). Também são conhecidos por realizar covers que são tão boas como as canções originais (“Sweet Jane” do Lou Reed).

O grupo é formado pelos irmãos Timmins: Margo (vocais), Michael (guitarra e ukulele) e Peter (bateria e percussão). Alan Anton, amigo e parceiro de longa data, colabora nos baixos e teclados/sintetizadores. A banda segue intocável e continua a mesma de sua formação original (fato incrível se analisarmos bandas com quase 40 anos de carreira).

A voz inconfundível de Margo, a fusão entre variados gêneros e um instrumental que também recebe destaque e se equilibra entre o acústico e elétrico, características que não se perdem no som do Cowboy Junkies e que continuam firmes em Ghosts.

Em certas faixas é possível perceber um clima sombrio, como em “Breathing”, canção que inicia com um piano lúgubre e a voz de Margo no máximo de sua melancolia; nos instantes finais, o efeito criado por sintetizadores parecem querer sufocar o ouvinte. Porém, esse álbum conforta o ouvinte, a tristeza não encontra tanto espaço. “Desire Lines”, por exemplo, se esquiva de um começo envolto pela névoa melancólica para ganhar em seguida uma sonoridade acesa e envolvente guiada pela fluidez entre guitarra, baixo, bateria, sintetizador e vocais.

“(You Don’t Get To) Do It Again” é um Rock enérgico com ênfase nas guitarras e no baixo poderoso. “Misery” é a assimilação correta do aprendizado do Cowboy Junkies em relação a cartilha do Country, onde fica notável a influência de músicos como Neil Young sobre os canadenses. “The Possessed”, faixa que estava presente no álbum anterior, é reprisada aqui, com destaque para o toque de ukulele. “Ornette Coleman”, a última faixa, traz referência ao grande saxofonista do Jazz com uma sonoridade totalmente acústica que destaca bastante a poesia e a voz de Margo.

NOTA: 7,0

::: COWBOY JUNKIES NA REDE: FacebookSite Oficial | Instagram :::


NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:
Marcello Almeida:

MÉDIA: 7,0


:: LEIA TAMBÉM:

RESENHA: JENNY LEWIS | On The Line
RESENHA: COWBOY JUNKIES | All That Reckoning


Capa do álbum "Ghosts" da banda Cowboy Junkies

:: FAIXAS:

01. Desire Lines
02. Breathing
03. Grace Descends
04. (You Don’t Get To) Do It Again
05. The Possessed
06. Misery
07. This Dog Barks
08. Ornette Coleman

 

 

 


:: Ouça o álbum no Spotify:


:: Ouça o álbum na íntegra no Youtube:

Previous SWING THE HEARTACHE: THE BBC SESSIONS | Bauhaus (1989)
Next Em entrevista, Declinium fala sobre o hiato, letras, Pandemia e mais

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *