CLOSE LOBSTERS | Post Neo Anti: Arte Povera In the Forest of Symbols


Close Lobsters, foto da banda em Colônia

“Boa forma dos escoceses ratifica a ideia de que há que se perder o preconceito com álbuns de retorno”

Junto com nomes conhecidos como Primal Scream, Wedding Present e The Soup Daagons,  outros nem tanto como The Bodines, The Mighty Lemon Drops, The Pastels, dentre outros, os escoceses do Close Lobsters fazem parte da leva de bandas presentes na famigerada e lendária fitinha C86 (Class of 86), lançada pelo semanário inglês New Musical Express (NME) naquele ano. Com bons trabalhos lançados entre 1987/89 – dois álbuns e um EP -, o que lhes rendeu até uma excursão pelos EUA, a “fama” do grupo se resumiu aos fãs mais ávidos de música indie.

Após o retorno para alguns shows em 2012, saindo de um hiato de mais de duas décadas, a banda não mais parou e foi lançando material novo: singles e EP’S, com John Rivers, que produziu o primeiro álbum do grupo, sempre ajudando a construir a sonoridade ou, se preferir, retomar.

O novo álbum do Close Lobsters, Post Neo Anti: Arte Povera in the Forest of Symbols, compila o que a banda produziu nesse período pós-retorno (2014/2019) e rende um bom disco, onde a homogeneidade é o elemento que ressai e une as dez canções.

Sem quaisquer desejos de reinvenções ou revoluções no quesito musicalidade, inclusive trazendo sua formação original, o grupo retorna com competência àquela sonoridade que se tornou característica: a mistura entre guitarras melodiosas e ruidosas, mais os vocais delicados de Andrew Burnett, ou seja, um retorno ao Jangle-Pop oitentista com um approach para os anos 20.

Engana-se quem de forma apressada julga Post Neo Anti como apenas um retorno anacrônico de dinossauros em busca de uns trocados. Há qualidade aqui que o tornam mais que um digno disco de retorno. E ele brilha de modo mais intenso nos dedilhados contagiantes de “The Absent Guest” e na magnética “Godless”, justo um dos singles do álbum, que versa sobre liberdade, libertação e emancipação, martelando o quão constante e árdua é a luta por essas conquistas. A longa e velvetiana “Wander Pts. I & II” é deveras uma inusitada e bem vinda exploração de territórios por parte do quinteto, O grupo aproveita para homenagens em “New York City in Space” e na emocionante “Under London Skies”: “This is the London of The Clash”.

A intrigante arte da capa não poderia ser mais provocativa e atual: uma fotografia original do fotógrafo escocês Brian Sweeney, inspirada no Arditi Del Popolo, um grupo militante italiano antifascista surgido na década de 1920. E o título do álbum também não deixa de ser provocativo com o uso de prefixos muito usuais e a menção a “Arte Povera”, um movimento artístico de vanguarda surgido na Itália na década de 60 cujo significado é “arte pobre”.

NOTA: 8.0


NOTA DOS REDATORES:

Eduardo Juliano:
Eduardo Salvalaio: –
Isaac Lima:
Marcello Almeida:

MÉDIA: 8.0


LEIA TAMBÉM:

ESSE EU TIVE EM VINIL: PLAYED | THE BODINES (1987)
ESPECIAIS: O DISCO “ESQUECIDO” DO PRIMAL SCREAM


Post Neo Anti, capa do álbum do Close Lobsters

:: FAIXAS:

01. All Compasses Go Wild
02. The Absent Guest (No Thing, No There)
03. Johnnie
04. Bird Free
05. Godless
06. Let the Days Drift Away
07. Now Time
08. New York City in Space
09. Under London Skies
10. Wander Pts. I & II

 


:: Ouça o álbum:


:: Assista ao videoclipe de “Now Time”:

Previous Duas resenhas para a série de Ficção | TALES FROM THE LOOP (2020)
Next Fake News

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *