WHIPALLAS – EP2 (2017)


“Indie e disco music compõem a fórmula predominante em EP2, da banda Whipallas”

Lançado em agosto do ano passado, o EP2, que sucede o homônimo “Whipallas”, lançado em 2016, entrega seis faixas com um indie enérgico, desinibido, com camadas sonoras que abrangem sensações ora melancólicas: atmosfera oriunda dos teclados mais adocicados; ora dançantes e otimistas, remetendo inclusive a era disco.

As portas se abrem para uma discoteca com cheiro de mãe através de “Boogie Boogie”. Pulsação elegante do baixo, bateria e keyboards favorecendo o clima, e influência de Bee Gees um tanto nítida nos vocais. A faixa conta com um videoclipe de enredo divertidíssimo, trazendo o ator Tonico Pereira como parte do elenco (ASSISTA NO FINAL DO TEXTO).

Já “Need a Hand” não é necessariamente o ponto alto do disco, arrisco dizer que se há uma faixa genérica nesse registro, é ela. Convite mais que aberto a ouvi-la e ter sua própria conclusão.

Por outro lado, “To Be True” é gostosa do início ao fim. Daquelas que produzem cenas mesmo sem você se dar conta do que os versos dizem, embora vez ou outra até coincidam com o contexto da coisa.

Tem cara de baile de formatura de ensino médio americano: casaizinhos satisfeitos ou não, um em específico de foco, só que em momento de flerte. Numa figura um tanto taciturna, insegura, mora um minucioso e esperançoso observador.

“Do Not Disturb” começa com um teclado carregado, dramático, escondendo o jogo, até que, “1,2,3,4”! Logo passa a salientar outras nuances. Entre guitarras marcadas e mais brandas, bateria com alternâncias significativas e teclados expondo uma doçura que encaixou tal como uma luva de tom não convencional, mas que ganha relevância. É uma das faixas mais interessantes desse registro do quinteto carioca.

“Back to Work” promove uma grata surpresa, daquelas que não se espera tanto de uma canção dançante, considerando a maquete contemporânea. O título em si já fomenta suposições em cabeças famintas por filosofia musicada. Apesar de haver refrão com potencial colante, há também versos como estes, em outro momento da música, entoados pelo Lenz: “Gold is not as noble as clean water, Stay away from those who seek gold in rivers” (O Ouro não é tão nobre quanto água limpa. Fique longe daqueles que procuram ouro em rios).

Por fim, surge “Darwin”, que arrebata e encoraja em melodia e dizeres.  “We are not as strong as dinosaur, But we still have a pen to write” (Nós não somos tão fortes como os dinossauros, mas ainda temos uma caneta para escrever), canta Pedro Lenz em sua estrofe final.

Embora a banda explore campos não tão inovadores, como o próprio Indie, que já comporta inúmeros representantes mundo a fora e não deixa de surgir novos nomes, a mescla apresentada no EP2, além de trazer parte da bagagem do homônimo, mostra um Whipallas decidido, otimista e bem mais contagiante que em seu antecessor.

:: NOTA: 9,0

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:: FAIXAS:
01. Boogie Boogie
02. Need A Hand
03. To Be True
04. Do Not Disturb
05. Back To Work
06. Darwin

 

 

 

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:: Assista abaixo ao videoclipe de “Boogie Boogie”:

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