The Phantom Band – Checkmate Savage (2009)


Sempre fico instigado e intrigado com algo que parece lembrar quase tudo, mas que na verdade, não quer representar absolutamente nada de concreto. Foi por essa razão, que desde o final de 2008, passei a escutar o primeiro disco que faria parte do meu longo caminho sonoro de 2009. Naquela época, um ano bem prolífico na música com bons lançamentos de discos. Atravessando uma fronteira de indefinições, os escoceses do The Phantom Band armam uma obra bem confeccionada e que acaba atirando para todos os lados – tal qual uma metralhadora com munição infinita. Infelizmente, o TPB é uma daquelas bandas que surgem repentinamente e conquistam logo no début, porém não costumam manter a tradição e a regularidade entre seus álbuns.

‘Checkmate Savage’ é, obrigatoriamente, o trabalho que precisa ser conhecido da banda. O disco com poucas faixas, entretanto que ostenta um bom tempo de gratas surpresas: mais de 50 minutos com canções que tem em torno de 4 a 8 minutos. O grupo casa o aparato eletrônico com o velho formato pop-rock para compor um arrasa-quarteirão como em ‘The Howling’. ‘Burial Sounds’ mostra que são capazes de hipnotizar o ouvinte cometendo bizarrices sonoras com vozes estranhas, bateria vertiginosa, baixo pulsante e efeitos de guitarra. Ao contrário do que o título sugere, ‘Folk Song Oblivion’ não é uma canção folk, longe disso, é uma música que representa o melhor da herança do pós-punk ou do rock fase 80’s. Destaque para os riffs grudentos das guitarras. Em algumas vezes, os escoceses se embrenham apenas no instrumental, porém, a quilométrica ‘Crocodile’ está longe de ser enfadonha pelas nuances que vai apresentando, isso até os minutos finais onde ocorre a explosão de guitarras frenéticas.

Com sonoridade pop-rock radiofônico, a dobradinha ‘Halfhound’ e ‘Left Wand Wave’ compõem os melhores momentos do álbum e talvez aquilo que poderíamos chamar de o ‘cartão de visitas’ da banda. Se você for apresentar a algum amigo o grupo, essas duas composições constituem-se numa proposta ideal. Agora sim, ‘Island’ é o trecho pop-folk do disco. Sobre um arranjo simples, pacífico e com belos dedilhados de cordas, contudo, que não deixa de comprovar a versatilidade sonora dos ‘fantasmas’. ‘The Whole Is On My Side’ fecha o disco com um louvor: segurar o ouvinte até os segundos finais, sem obrigá-lo a saltar faixas e até pedindo por mais.

Numa ‘quase-espécie’ de compêndio musical, passando por Neu!, Simple Minds, Gang Of Four, Violent Femmes, grupos atuais, os escoceses deixaram meus ouvidos colados ao player por muito tempo, e conseguiram conter meu dedo de não apertar as teclas ‘Stop’ ou ‘Fast-Forward’.

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