Iorigun lança ‘Skin’, seu segundo EP; Ouça


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Foto: Maira Dórea

Prestes a se apresentarem no Feira Noise Festival 2018, um dos maiores festivais de artes integradas do país, precisamente no domingo (25/11), o quarteto Iorigun: Iuri Moldes (voz e guitarras), Moysés Martins (baixo e voz), Leonel Oliveira (bateria) e Fred Lima (guitarra e vocal) segue o caminho natural de muitas bandas (shows-single-EP-shows), lançando o EP Skin (Midsummer Madness), o segundo num período de aproximadamente um ano.

Em novembro de 2017 a banda havia soltado Empty​.​Houses​/​/​Filled​.​Cities, EP de estreia, que trazia o single “Downtown”, típica canção pra não deixar ninguém parado e um dos momentos altos em seus shows, e a vibrante “Crash Into the Sun”.

Dois meses antes, em setembro, haviam dado uma amostra do que estava por vir no single “Fight to Forget”, que apresentava a banda seguindo por um caminho musical mais denso, com riffs e texturas de guitarras que remetem de alguma forma a sonoridade perpetrada pelo Interpol, com os vocais de Iuri e Moysés cantados num contraponto entre urgência e sobriedade gélida. No lado B, “Wild Dive”, onde dedilhados melódicos e ambientes musicais nostálgicos se contrapõem a uma melancolia impressa no baixo denso, nos vocais e na letra, que fala sobre dor, isolamento e pesadelos.

Sobre Skin, a banda sintetiza a ideia que perpassa o novo trabalho: “Skin é uma viagem por dentro da pele. Por dentro de si. Por dentro do outro”. E solta algumas pistas: “O EP está dividido em duas partes: ‘Birth of Venus’ e ‘Death of Spirit’. É o nascer e o quebrar. A superfície e o profundo”. Detalhe, “Birth Of Venus” é uma das pinturas mais conhecidas do artista italiano Sandro Boticcelli, feita no século XV.

“É uma continuação temática do primeiro EP”, eles avisam, “onde reaparecem personagens e onde o foco se transfere da vida na cidade para a vida com o outro e consigo mesmo. Por que esperar algo de alguém se já é tão difícil esperar algo de mim mesmo? Só nos resta escavar mais e mais”.

+++ Leia a entrevista com Iorigun

Skin traz cinco faixas inéditas, além da já comentada “Fight to Forget”. O trabalho foi gravado, masterizado, mixado e produzido pela própria banda em seu home studio (IORI Studio), e será lançado oficialmente pelo selo carioca Midsummer Madness, responsável pelo single “Fight to Forget” e que relançou o primeiro EP da banda recentemente.

Skin Estará disponível em todas as plataformas digitais a partir de amanhã.



 

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IORIGUN – Skin EP (2018)

“Segundo EP da banda mostra evolução surpreendente”

Dando sequência a sua trajetória curta e intensa, o quarteto Iorigun chega ao seu segundo EP no espaço de um ano. Entre ensaios, shows, gravações, singles, EP’s, divulgação, fica patente que o trabalho da banda segue num desenvolvimento interessante seja individualmente, como músicos, e de forma geral, como banda. Demonstram calcular seus passos de forma bastante organizada, com urgência, mas sem pressa, de forma quase metódica. Seu mais recente lançamento atesta tudo isso e muito mais, atesta a necessidade de não se manter em uma zona de conforto e auto-repetição, mas de buscar saídas para encontrar seu próprio som.

O EP abre com a faixa “Hold On”, canção com aquela pegada típica da banda, seja nos riffs de guitarra em profusão ou nas batidas rápidas e urgência, mas com adornos de teclados atmosféricos; é uma montanha russa de sensações, com um arranjo de subidas e descidas e letra sobre incertezas e a necessidade de se manter firme: “Hold on, Hold on, I’ll wait for you I’ll wait for you under my skin” (Aguente, aguente, eu vou esperar por você, eu vou esperar por você debaixo da minha pele). É uma das três faixas onde a palavra “skin” dá as caras. Com “Intimacy” chegam a uma quase balada versando sobre o antagonismo proximidade/distanciamento; remete por momentos a algo dos dinamarqueses do Mew, talvez a sobriedade impressa nos vocais ou nas guitarras agonizantes.

As letras, ao tempo que abordam temas de cunho mais pessoal, introspectivo, se voltam também para questões políticas. Como na sufocante “In The Edge of Something Big” e seus elementos musicais sombrios típicos de darkwave. A letra busca capta o momento político do país, mas também fala em resistir: “Sim, eles estão comemorando assassinato em massa na forma da nossa democracia, eles não acham que é crime como eles resolvem seus próprios problemas, sendo tão nobre com uma faca de sangue…Hoje, no limiar de algo grande, quando seu mundo cai, resista”. É uma das melhores faixas do disco, reforça alguns pontos que já haviam ficado claros desde a abertura do EP: a preocupação em arranjos mais burilados, maior domínio vocal (e uso dos backings), visível inclusive nas apresentações ao vivo.

“Musicalmente o EP se transforma de riffs melódicos à estranheza e obscuridade. As músicas ficam mais tensas, remetendo uma escavação profunda do ser”, nos informa a banda. Essa ideia é evidenciada pela sequência das faixas, tendo “Under the Skin” como marco desses dois momentos distintos, “dos riffs melódicos à estranheza e obscuridade”. Essa quebra soa como uma espécie de fechamento de um ciclo e início de um novo (sob e sobre a pele), começando justamente com “In The Edge of Something Big”, prosseguindo com a já comentada “Fight to Forget” e concluindo com a quase suite “The Trickster No. 2”, faixa mais longa já criada pela banda; seu humor é grave e atmosférico, as guitarras buscam novos timbres, e os sintetizadores adensam o ambiente.

Skin tem um ciclo de variações que segue do início ao fim de forma quase imperceptível, é uma progressão sem sobressaltos, sem sair dos trilhos.


FAIXAS:

01. Hold On
02. Intimacy
03. Under My Skin
04. In the Edge of Something Big
05. Fight to Forget
06. The Trickster No. 2

 

 

 


 

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