ENTREVISTA | Geo Barreto


Para que os shows aconteçam é necessário que haja bandas/artistas para tocar, é óbvio, mas antes faz-se também necessário que haja toda uma estrutura para recebê-lo, que permita que ele possa ensaiar, fazer seus shows, gravar suas composições, divulgar. No cenário da música alternativa de Feira de Santana, o Gato Preto Estúdio tem sido um catalisador de novos artistas e também divulgador, já que não se resume a um estúdio de ensaio e gravação, mas também como define o seu Gerente Administrativo e Relações Públicas, Geo Barretto, um Agente Cultural, promovendo desde shows com a bandas que passam pelo Estúdio, como também oficinas e workshops. Tentando entender melhor o papel do Gato Preto Estúdio no cenário alternativo da cidade, mandamos algumas perguntas pra Geo, que gentilmente nos atendeu.

Há quanto tempo o Gato Preto Estúdio está em atividade e quais as maiores dificuldades enfrentadas até aqui?
R: Completaremos quatro anos em novembro, difíceis foram os dois primeiros anos por rejeição dos artistas por não conhecerem nosso trabalho.

Identifica mudanças positivas/negativas no cenário musical local nos últimos anos?
R: Positivas: a procura por gravações aumentaram consideravelmente, os artistas tomaram consciência de que é preciso gravar para poder fazer parte do cenário.

Negativas: falta de apoio do comércio, indústria e órgãos públicos para a cena alternativa.

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Como avalia o Gato Preto no cenário da música local?
R: Estamos tentando fazer a diferença no cenário, não apenas como gravadora, mas também como agente cultural.

Qual a sua avaliação da cena alternativa da cidade? O que falta para que seja mais consistente?
R:Apesar das dificuldades, analiso de forma positiva.
Falta apoio.

Sobre os shows que o Gato Preto organiza, já é algo “estabelecido”? Como são escolhidas as bandas participantes?

R: Começamos a fazer os shows por notar as dificuldades que as bandas da cena alternativa tinham em mostrar seus trabalhos, e com certeza já bem estabelecido.
Damos prioridades para as bandas que ensaiam e gravam com o Gato Preto.

Para esses shows, vocês recebem alguma espécie de apoio ou fazem tudo sozinhos?
R: Não recebemos nenhum apoio.

Fazemos tudo só, e o que arrecadamos, depois de livrarmos os custos, rateamos com as bandas participantes.

Por que é tão difícil fazer as pessoas saírem de casa para ir aos shows de bandas alternativas?
R: Porque ainda em nossa cidade as pessoas só valorizam o que já conhecem e não tem curiosidade de conhecer novos talentos.

Vocês também fazem workshops sobre produção/gravação, como tem sido a recepção?
R: Tentamos fazer workshops, mas não tivemos sucesso por falta de interesse das pessoas.

Já pensaram ou pensam em se tornar um selo para distribuir/divulgar artistas/bandas?

R: Pensamos sim, talvez num futuro próximo.

Trabalhando com uma variedade de artistas/bandas, conseguem identificar aqueles que fazem um trabalho “diferenciado”, tipo : “daqui pode sair algo!”? Poderia citar algumas?

R: Com certeza. Bandas como Sofie Jell, Esquizo’frenética, Sons de Mercúrio, Iorigun, Fuzzskazul, são algumas que lembro de imediato.

Cartaz de Evento Produzido pelo Gato Preto

Se tivesse que dar uma dica para bandas/artistas iniciantes ou não, qual seria?
R: Acreditar sempre.

Fique à vontade para considerações finais.
R: Agradeço pelo interesse de conhecer nossas dificuldes e nossa forma de tentar fazer o melhor pela música em geral.

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