Comandada pelo escritor David Bramwell, banda inglesa une poesia, rock e a história do país num disco acima da média.
Música e Literatura sempre combinaram adequadamente, contudo algumas bandas seguem essa máxima ao extremo. Pode ser o que acontece com os ingleses do Oddfellow’s Casino. A começar pelo líder e vocalista David Bramwell que também é um escritor. Outro fato é a participação especial do escritor e quadrinista Alan Moore (autor de ‘V de Vingança’, ‘Watchmen’, entre outros sucessos). É Moore que faz a voz no final da cativante ‘The Ghosts of Watling Street’. E ainda, não podemos nos esquecer de que o grupo traz em suas letras várias influências literárias (inglesas ou não), fala de histórias ligadas ao país, de seu passado e até trata de lugares como Sealand, que na verdade é uma base naval inglesa da Segunda Guerra que optou por ser uma micronação, apesar de não reconhecida pela ONU.
E a sonoridade do Oddfellow’s? Em seu sexto álbum e atuando desde 2002, digamos que o grupo conta com uma experiência que acaba colaborando. As canções buscam traçar um lado mais poético e intimista. Tudo de forma discreta. Nada sobrando, nada em excesso. Sopros, sintetizadores, dedilhados de guitarras ocupam texturas mais tranquilas e climáticas, em poucos momentos o instrumental pode soar mais pesado ou raivoso (isso em ‘Children Of The Rocks’). Bramwell vai comandando uma sonoridade suave que, apesar de centrada no folk-rock ‘(‘Swallow The Day’), pode ainda atingir outros gêneros. A banda é competente e faixas como ‘Down In The Water’ e ‘Sealand’ refletem uma preocupação em sintonizar os arranjos com a voz segura e marcante de Bramwell. Os assovios que fecham os instantes finais de ‘Sons And Daughters’ me fazem lembrar de outro grande nome da música, Andrew Bird. Que Bramwell e companhia sempre possam estar ligando essas duas formas de arte em prol do ouvinte, como acontece em ‘Oh, Sealand’.
Nota: 7,0
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O vídeo de ‘The Ghosts of Watling Street’
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