TORO Y MOI – Boo Boo (2017)


Apesar de ainda não ser um disco ideal, ‘Boo Boo’ reflete as mudanças tanto pessoais como sonoras de um dos grandes nomes surgidos e edificados da era Chillwave.

Caso possamos dizer que algum gênero musical teve sua efervescência, então é correto afirmar que a Chillwave teve seu momento especial entre o final da década de 2000 chegando até 2012/2013. Nomes como Washed Out, Neon Indian, Slow Magic e Porcelain Raft foram grandes expoentes que surgiram e lançaram discos importantes colocando o gênero em evidência. Toro Y Moi também pode ser destacado. O músico por trás do projeto é Chazwick Bradley Bundick, ou melhor, Chaz Bear (mudança de nome antes do lançamento do álbum). ‘Underneath The Pine’(2011) foi um grande álbum do músico dentro das características do gênero, um trabalho que o colocou como fundamental para a Chillwave, então na época com apenas 25 anos.

Os álbuns posteriores ‘Anything In Return’ (2013) e ‘What For’ (2015) apontavam novas direções para o Toro Y Moi. Alguns torceram o nariz por conta da fuga daquele cenário chillwave, outros viram como um músico ganhando experiência e explorando novos horizontes. Ainda que brevemente com um pé no gênero que o consagrou, contudo o disco tinha seus momentos com rhythm’and’blues, soul music e funk. Em ‘Boo Boo’, o artista assume uma identidade que se equipara com suas influências que englobam Daft Punk, Prince, Drake e Frank Ocean. Essa é também uma produção musical que vem acompanhada de um momento de reflexão de Bear, as melodias e as letras tomaram forma após um fim de relacionamento amoroso do músico e também mudança de cidade.

Não deixa de ser mais um trabalho diferente e que reflete outro momento do Toro Y Moi, contudo, o quinto disco de sua carreira não funciona corretamente e algumas canções ficam dispersas no repertório. ‘Windows’ e ‘Inside My Head’ tentam se valer inutilmente do excesso de efeitos vocais, trazem um instrumental insosso e destoam da criatividade do artista, que por sua vez, aflora em faixas como ‘No Show’ e ‘Don’t Try’ que reluzem com uma base eletrônica competente mesmo diante de um clima melancólico. Os mais nostálgicos também não deverão reclamar de ‘Mona Lisa’ e ‘Labyrinth’ que estão carregadas no clima 80’s, outra referência do Toro Y Moi.

NOTA: 6,5

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