Irregularidade marca ‘The Weight of Your Love’, do Editors



Quando algum membro de uma banda resolve pular fora do barco alegando divergências musicais cria-se sempre a expectativa de como virá o próximo álbum. Com o Editors não poderia ser diferente, no caso de The Weight of Your Love, afinal Chris Urbanowicz foi um dos fundadores do grupo e seus riffs uma das marcas registradas na sonoridade do quarteto.

Há que se lembrar que em “In This Light And On This Evening” (2010), terceiro álbum do grupo, eles já se mostravam dispostos a deixar a direção das guitarras de lado, compondo um álbum repleto de sintetizadores, algumas canções de clima sombrio, e chegando a um resultado morno: um álbum que não empolgava.

Apesar da decepção, se considerarmos que haviam ganhado algum créditos com o seus dois primeiros discos, uma segunda chance seria mais que justa para que o quarteto de Birmingham mostrasse que seu talento não havia se esgotado após dois álbuns, alguns EP’s, e um punhado de singles.

Com a saída de Urbanowicz, Tom Smith teve seu papel de protagonista elevado a um novo patamar, tem que se unir aos que ficaram, juntar forças e levar o barco adiante.

Para tentar alçar a banda além – e o além não significa necessariamente criar algo diferente -, recrutaram novamente as mãos de Flood (que também produziu o antecessor) para a produção desse seu quarto álbum.

O resultado pode ser resumido numa palavra: irregular.

Se em seu álbum anterior o grupo não convencia no uso dos sintetizadores, às vezes resvalando numa cópia mal feita de boas ideias do New Order, aqui tentam emular os anos 80 através de matizes diversas: The Mission, R.E.M., Echo and the Bunnymen, The Cure, U2. Ao longo das onze faixas nos vemos diante de uma colcha de retalhos, o que não seria de todo ruim se essa colcha de retalhos tivesse alguma consistência.

Smith se esforça, diversifica seu vocal, canta em falsete, sua voz não é o problema, pelo contrário, falta brilho, falta substância às canções do Editors, seja nas baladas ou nas canções mais “rápidas”.

Não há nenhuma canção marcante, nenhuma que se sobressaia. É um caminho de quarenta e oito minutos percorrido com uma mistura de monotonia e decepção em meio a um monte de baladas açucaradas e um indisfarçável desejo de compor refrões para serem cantados em grandes estádios.

Se o Coldplay quer ser o novo U2, o Editors quer ser o “novo” Coldplay.

:: NOTA: 5,0

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:: FAIXAS:

01. The Weight
02. Sugar
03. A Ton Of Love
04. What is this Thing called Love
05. Honesty
06. Nothing
07. Formaldehyde
08. Hyena
09. Two Hearted Spider
10. The Phone Book
11. Bird Of Prey

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:: Assista abaixo ao video oficial de “A Ton of Love”:

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