The Police – Zenyattà Mondatta e as portas abertas para o sucesso


The Police fase Zenyattà Mondatta (1980)

O sucesso obtido após o lançamento de Regatta De Blanc levou o The Police a fazer uma extensa turnê que incluía países incomuns como Índia, Egito e Tailândia, a influência direta dessas viagens pode ser sentida em Zenyattá Mondatta, especialmente na instrumental “Behind My Camel”, que arrebatou o Grammy de Canção Instrumental daquele ano.

Musicalmente é perceptível a mudança na sonoridade da banda, que mantém os elementos de Reggae apresentados no álbum anterior mas já começa a incorporar elementos da New-Wave, vide canções como “Voices Inside my Head”, “Shadows in the Rain” e “Man in a Suitcase”, que teria sua base usada numa canção da Legião Urbana.

Segundo Sting, este foi o último álbum em que trabalharam realmente juntos como banda. Também pudera, o que se seguiu ao lançamento deste seu terceiro álbum foi o que se pode chamar de policemania, com a banda lotando estádios e provocando histeria nos fãs, ao tempo em que o relacionamento interno começava a deteriorar e eram comuns e conhecidas as brigas entre Sting e Copeland.

As opiniões se dividem a respeito de qual o melhor disco lançado pelo The Police: “Zenyatta” ou “Regatta de Blanc”, muitos preferem esse.

“Zenyattà Mondatta” é outro dos discos do grupo que abre com um grande hit do grupo, o pseudo-reggae “Don’t Stand So Close to Me”, que viria a ser regravada em 1986 para a coletânea “Every Breath You Take: The Singles”. A letra fala de um professor assediado por sua aluna e contém referências à personagem Lolita, do livro de mesmo nome do escritor russo Vladimir Nabokov. A título de contextualização, Sting também foi professor durante algum tempo.

Pela primeira vez na carreira as letras levantam a bandeira política, como em “Bombs Away” e na incisiva “Driven to Tears”: “Parece que quando um inocente morre tudo que podemos oferecer é uma pagina em uma revista, câmera demais e comida de menos”.

O álbum tem ainda “De Do Do Do De Da Da Da”, outro dos hits do Police, e fala sobre não ter uma mensagem em especial para falar para as pessoas, é como se Sting estivesse a dialogar direta e abertamente com seus fãs, vide os versos “Poetas, padres e políticos têm palavras para agradar pelas suas posições… De do do do de da da da/É tudo o que quero dizer para você/ De do do do de da da da/A inocência delas irá me tirar de dificuldades/De do do do de da da da/É tudo o que quero dizer para vocês/De do do do de da da da/Elas são sem sentido e é tudo verdade”.

+++ Na coluna DISCOGRAFIA COMENTADA, leia a Parte 1 sobre o The Police

Esse foi o disco que abriu em definitivo as portas da América (leia-se EUA) para Sting, Copeland e Summers, e consequentemente alavancou venda de álbuns e ingressos para shows ao redor do mundo. O trio seguia assim o caminho para que nos anos seguintes viesse a lotar estádios e se tornar uma superbanda, uma das maiores de sua época.


Capa do álbum "Zenyattà Mondatta", segundo da banda The Police

FAIXAS:
01. Don’t Stand So Close to Me
02. Driven To Tears
03. When The World Is Running Down, You Make The Best Of What’s Still Around
04. Canary In A Coalmine
05. Voices Inside My Head
06. Bombs Away
07. De Do Do Do, De Da Da Da
08. Behind My Camel
09. Man In A Suitcase
10. Shadows In The Rain
11. The Other Way Of Stopping


 

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